Navegar é preciso: os barcos do Mamanguá

O artesanato de Paraty é reconhecido mundialmente e reflete a cultura das comunidades da região. Atualmente, vemos na novela da Rede Globo, “A Lei do Amor”, a personagem principal, Helô, frequentar Paraty em busca de peças para sua galeria de arte. Mais um sinal da abrangência do artesanato de Paraty.

E um dos destaques desta produção artesanal tão rica nasce no Saco do Mamanguá, onde aproximadamente 50 famílias tiram seu sustento do artesanato em caxeta, árvore nativa que brota nos alagados e produz uma madeira alva, leve e macia. Os artesãos de Mamanguá se destacam pela produção de remos e miniaturas de canoas, traineiras, saveiros, escunas e veleiros. Gamelas e utensílios domésticos, como colheres, pás e conchas, cujo desenho é tradicional na região, também fazem parte da produção local, mas são os remos e os barquinhos coloridos que encantam os visitantes por sua beleza e simplicidade.

Os remos e barcos produzidos no Mamanguá são vendidos em muitas lojas de artesanato e náutica de Paraty. O aumento de turistas estrangeiros na região fez também crescer o interesse pelo artesanato regional e a cultura caiçara. Os remos, em especial, viraram uma espécie de símbolo para os velejadores que percorrem o mundo e atracam em Paraty durante sua passagem pela costa brasileira.

O artesanato caiçara, segundo pesquisadores, tem influências indígenas, africanas e europeias. Os mais velhos contam que no Mamanguá as pessoas sempre produziram artefatos de trabalho para o dia a dia da pesca, da produção de cachaça e da agricultura. De colheres de pau a canoas, remos e cestos de palha, tudo sempre foi produzido pelas mãos hábeis da comunidade. Conta-se que a ideia de fazer miniaturas partiu de alguns pais que não tinham meios de comprar brinquedos para seus filhos pequenos. Os brinquedos foram se popularizando  e viraram fonte de renda.

O reconhecimento público do trabalho artesanal desses artistas caiçaras do Mamanguá teve seu ápice há cerca de sete anos, quando o Museu do Folclore do Rio recebeu a exposição “Navegar é preciso: barcos do Mamanguá”.

Incrustado entre a montanha e o mar na Baía da Ilha Grande, só se pode chegar ao Mamanguá de duas formas: a pé, por uma trilha pelas montanhas, ou de barco, saindo da enseada de Paraty Mirim. Esse isolamento é o ponto vital para a preservação do lugar, tanto em seus aspectos naturais, quanto culturais.

Saco de Mamanguá: mais uma beleza de Paraty à disposição de quem se hospeda na Pousada Porto Imperial!

barcos_mamangua

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *